Segundo estudos recentes, a gordura saturada não é o principal vilão. Esse post tem como referência o artigo publicado recentemente pelo cardiologista Aseem Malhotra: "Saturated fat is not the major issue".
Por quase quatro décadas, acreditou-se que a dieta devia ser pobre em gordura saturada a fim de reduzir as doenças cardiovasculares, decorrentes de processos inflamatórios pelo acúmulo de resíduos no endotélio dos vasos. Esses resíduos estão intimamente ligados ao processo fagocitário realizado pelos macrófagos e à quantidade de lipoproteínas de baixa densidade circulantes no sangue, como citado em posts anteriores.
Pelos dados do artigo, foi realmente comprovado o aumento de LDL por gordura saturada. Por isso, nas décadas passadas os governos de vários estados procuraram estimular a população a reduzir o consumo de gordura a 30% da energia total, e gordura saturada para 10%. Os experimentos, no entanto, evidenciaram que dietas pobres em gordura saturada reduziam apenas partículas especificas de LDL: as partículas tipo A. Essas não apresentam relação com doenças cardiovasculares. Enquanto isso, os níveis circulantes de partículas de LDL tipo B não apresentaram grandes variações. Essas são as partículas intimamente ligadas a riscos cardiovasculares.
A ingestão de gordura saturada, porém, apresentou efeito protetor contra riscos cardiovasculares na seguinte situação: a comida provida de laticínios possui altos níveis de vitaminas lipossolúveis A e D, assim como é composta por uma grande porcentagem de gordura, cálcio e fósforo. Esses dois últimos apresentam efeitos anti-hipertensivos e
consequentemente, diminuem o risco cardiovascular. Ácido palmitoleico trans, outro composto encontrado em laticínios, mostrou relação direta com o aumento de HDL circulante, assim como reduziu a concentração de triglicerídeos e proteína C reativa-PCR. A PCR é uma proteína marcadora inflamatória que mede indiretamente o risco cardiovascular por meio de sua interação com os fatores de risco clássicos, podendo indicar alterações no perfil pró-aterosclerótico do paciente. Também foi evidenciada a redução da resistência à insulina e por consequência, redução na incidência de diabetes em adultos. O estudo comprovou além disso, que o consumo de carne vermelha, fonte rica de gordura saturada, não pode ser relacionado diretamente ao aparecimento de doenças cardiovasculares. Carnes processadas, essas sim, podem ser associadas a doenças do coração e diabete mellitus, devido principalmente à adição de nitrato e sódio como conservantes nessas carnes.
consequentemente, diminuem o risco cardiovascular. Ácido palmitoleico trans, outro composto encontrado em laticínios, mostrou relação direta com o aumento de HDL circulante, assim como reduziu a concentração de triglicerídeos e proteína C reativa-PCR. A PCR é uma proteína marcadora inflamatória que mede indiretamente o risco cardiovascular por meio de sua interação com os fatores de risco clássicos, podendo indicar alterações no perfil pró-aterosclerótico do paciente. Também foi evidenciada a redução da resistência à insulina e por consequência, redução na incidência de diabetes em adultos. O estudo comprovou além disso, que o consumo de carne vermelha, fonte rica de gordura saturada, não pode ser relacionado diretamente ao aparecimento de doenças cardiovasculares. Carnes processadas, essas sim, podem ser associadas a doenças do coração e diabete mellitus, devido principalmente à adição de nitrato e sódio como conservantes nessas carnes.
O artigo discute a importância da fonte de ingestão de calorias. Tudo depende de como o organismo metaboliza diferentes macronutrientes. Para isso, foram realizados experimentos com três tipos de dieta: 90% carboidratos, 90% proteínas, 90% gorduras. Os resultados mostraram que o terceiro grupo foi o que apresentou perda de peso mais significativa, desmitificando a visão errada que se tem da gordura como fator totalmente prejudicial ao corpo.
Deste artigo e outros com a mesma temática, evidencia-se o surgimento de uma nova fase nas pesquisas bioquímicas, que investiga as verdadeiras consequências da ingestão de gordura saturada.
Post por Danielle Salerno e Guilherme Caldas
Referências:
http://www.rbconline.org.br/artigo/a-proteina-c-reativa-na-atualidade/
http://www.bmj.com/content/347/bmj.f6340
http://www.bmj.com/content/347/bmj.f6340
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