Esse post tem como referência o artigo ''Apolipoprotein E gene polymorphism and its effect on plasma lipids in arteriosclerosis''; autoria de Zende PD, Bankar MP, Kamble PS e Momin AA. Foi.publicado em outubro de 2013, no site JCDR (Journal of Clinical and Diagnostic Research). O estudo investigou o efeito causado pelo gene codificante da apolipoproteína E no aumento de níveis lipídicos no plasma sanguíneo e consequentemente o agravamento do quadro de aterosclerose.
A apolipoproteína E é uma constituinte das lipoproteínas VLDL, HDL e quilomicron (lipoproteína formada no epitélio intestinal). Ela desempenha papel importante no transporte e metabolismo de colesterol e triglicerídeos, e é codificada por um gene presente no cromossomo 19 dos seres humanos. Esse gene possui três alelos comuns, que caracterizam o polimorfismo: E2, E3 e E4. O polimorfismo pode ser um fator de risco determinante para a aterosclerose.
Desde meados da década de 80, tem-se investigado o efeito do gene da apolipoproteína E e mutações desse gene em pacientes com hiperlipoproteinemia, isto é, alta concentração de lipoproteínas no sangue. Descobriu-se que havia relação entre altos níveis de colesterol e triglicerídeos plasmáticos, e problemas na depuração de quilomicrons e VLDL, decorrentes de defeitos presentes em apolipoproteínas E.
Baseados em dados como esses, os professores do departamento de Bioquímica do Instituto de Ciências Médicas e Pesquisas de Maharashtra (Índia) deram início à pesquisa. O estudo foi realizado em Maharashtra na Índia e consistiu em testes realizados com 100 pessoas que já sofreram infarto de miocárdio e 50 pessoas que sofreram de AVC, comparando sexo e idade, e níveis de lipoproteínas no sangue. O genótipo de todos, em relação ao gene da apolipoproteína E e suas isoformas, foi determinado pela técnica de PCR.
Os resultados mostraram aumento significativo nos níveis plasmáticos totais de colesterol, LDL e triglicerídeos em grupos com o alelo E4. Isso indica que o polimorfismo do gene da apoliproteína E é fator de risco independente determinante da aterosclerose. Consequentemente, aumenta os riscos de doenças cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais.
Há estudos que indicam também, que a apolipoproteína E4 é fator de risco para o desenvolvimento da doença de Alzheimer, mas que ela não deve ser usada como diagnóstico de rotina da doença. Assim, os estudos mais recentes têm descoberto as consequências dos alelos codificantes das apolipoproteínas E na saúde humana. Abaixo, a representação da estrutura das apolipoproteínas E4 e E3.
Post por Danielle Salerno
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