Todos os pacientes - sejam eles de baixo, intermediário ou elevado risco de apresentar a doença aterosclerótica - devem ser orientados a uma mudança de estilo de vida, construindo uma medida não-farmacológica de prevenção ou tratamento da doença. Esta mudança de estilo de vida envolve a inserção de atividades físicas no cotidiano do paciente. Isso porque o excesso de peso associado ao acúmulo de gordura na região mesentérica, obesidade denominada do tipo central, visceral ou androgênica, está associado a maior risco de doença aterosclerótica. O programa de treinamento físico, para a prevenção ou para a reabilitação, deve incluir exercícios aeróbios, tais como, caminhadas, corridas leves, ciclismo, natação.
No conjunto das mudanças de hábito na prevenção da doença estão também alterações nutricionais, com substituições e/ou cortes, de acordo com a necessidade e com os hábitos pré-estabelecidos. O aumento do consumo de gordura vem sendo associado há algum tempo à elevação da concentração plasmática de colesterol e à maior incidência de aterosclerose coronária e aórtica e, por isso, merece uma atenção especial.
As influências do colesterol e da gordura acontecem de formas diferentes devido às suas formas distintas de serem absorvidas pelo organismo. A maioria da população absorve apenas metade do colesterol ingerido, e a minoria consegue absorver uma quantidade maior. Já a absorção da gordura saturada, no entanto, não é limitada e, por isso, sua ingestão promove efeito mais intenso sobre a colesterolemia (quantidade de colesterol presente no plasma sanguíneo).
A substituição isocalórica dos ácidos graxos saturados por ácidos graxos polinsaturados reduz o CT e o LDL-C plasmáticos. Portanto, recomenda-se que substitua alimentos ricos em ácidos graxos saturados, como a gordura animal (carnes gordurosas, leite e derivados), de polpa e leite de coco e de alguns óleos vegetais (como os de dendê), por alimentos que sejam ricos em ácidos graxos insaturados, como vegetais, soja, canola, linhaça e em peixes de águas frias, óleo de oliva, óleo de canola, azeitona, abacate e oleaginosas (amendoim, castanhas, nozes, amêndoas).
Os ácidos graxos insaturados apresentam ainda duas subdivisões: poli-insaturados (ômega-6 e ômega-3) e monoinsaturados (ômega-9, oleico). Os primeiros apresentam a inconveniente característica de induzir maior oxidação lipídica e diminuir o HDL (“colesterol bom”) quando utilizados em grande quantidade. Já o segundo subgrupo exerce o mesmo efeito sobre a colesterolemia, sem, no entanto, diminuir o HDL-C e provocar oxidação lipídica. Suas principais fontes dietéticas são o óleo de oliva, óleo de canola, azeitona, abacate e oleaginosas (amendoim, castanhas, nozes, amêndoas).
Diferenças estruturais entre ácidos graxos saturados e poli-insaturados. |
A ingestão de alimentos industrializados, como sorvete, chocolate, biscoito recheado e fast food, também é contra indicada na prevenção da aterosclerose. Isso porque esse tipo de alimento é rico em ácidos graxos trans (“gordura trans”), que aumentam a razão LDL/HDL e aumentam o colesterol total plasmático.
Não é muito melhor prevenir do que remediar?
Até a próxima postagem!
Rayssa Lima
Fontes:
http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2007/diretriz-DA.pdf https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj26DR_yWB0ArsvxlVSCau8Nmjjqi87wT-KyC6OinWGsRTAhTQiJdEbWdmAfCtawEh-KT2u6zgizykuhib8iqQuNlwp07VgswILw9_OWEUCDjZBiHzfPO_V0Ri5CGYMl7y-JWdBMhbzjlY/s640/gorduras-boas.jpg http://www.modernasaude.com.br/wp-content/uploads/2013/03/gordura_trans.jpg http://revistaescola.abril.com.br/img/plano-de-aula/ensino-medio/2006_plano25.jpg https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9oUY9uQHROl2KqAECGvvJpofWbOvyOsaci9_kg3U5OvzTeF4bu4J8ma2b7XE2z2B_u2WO4DSClrsvHrgYECKsBX1C5iOJbCwQhB-7cRd_69RykshJn1gpC16gohKtkJnEincauM2N4956/s400/obesidade.jpg http://www.creaba.org.br/Imagens/FCKimagens/02-2011/ciclovia.jpg http://www.usp.br/espacoaberto/arquivo/2003/espaco35set/ilustras/capa01.jpg
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