sábado, 23 de novembro de 2013

Proteína-C-Reativa (PCR)

    Dentre as principais doenças cardiovasculares (DVC) que acometem milhares de pessoas em todo o mundo, encontra-se a aterosclerose. Esta passou de uma doença crônico-degenerativa que se manifestava principalmente em pessoas de idade mais avançada para uma doença subclínica que pode estar presente já na infância.
    No processo inflamatório da aterosclerose encontra-se um marcador inflamatório, a proteína-C-reativa (PCR) , que assim, encontra-se em indivíduos que apresentam alguma DVC e, até mesmo, em pacientes aparentemente saudáveis.
    Em um nível geral, o principal órgão estimulado por mediadores inflamatórios é o fígado, que prove essenciais metabólitos para a resposta na defesa contra a inflamação. Então, os hepatócitos respondem a diversos mediadores inflamatórios, cabendo ressaltar aqui a resposta às citocinas  do tipo IL-1 – e TNF -, que é, principalmente, a produção de PCR.
    A PCR constitui a principal proteína da fase aguda da inflamação, e seu papel considerado mais importante é o de se ligar a partes da membrana plasmática de células que já se romperam – células necróticas e danificadas no processo inflamatório -, formando complexos e ativando vias que ocasionam a fagocitose dessas estruturas e consequente remoção delas da circulação, permitindo a restauração dos tecidos. Assim que ocorre um estímulo de fase aguda na circulação do indivíduo, percebe-se que a concentração de PCR aumenta rapidamente após algum dano tecidual, diminuindo assim que a lesão causada pela inflamação seja reparada.
    Assim, como maiores níveis de PCR correlacionam-se a uma maior extensão da doença aterosclerótica,  pacientes que estejam aparentemente saudáveis e que apresentam elevados níveis de PCR, tendem a ter uma maior disposição para o aparecimento de DVC’s.
    Dessa forma, a PCR constitui um grande interesse na medicina, esclarecendo novas maneiras para o tratamento de doenças de alta mortalidade no mundo presente. Para terminar este post, também gostaria de acrescentar que estudos recentes feitos por Smith e Cols apontam que exercícios de longa duração são capazes de reduzir grandemente as citocinas inflamatórias e os níveis de PCR.


   Post feito por: Matheus Silva

   Fontes:
  - Parte de tese de mestrado de Marina Pegoraro pela Universidade Federal do Paraná;
  - Mortensen RF.
C-reactive protein, inflammation, and innate immunity. Immunol Res. 2001; 24: 163-76;

  - Smith JK, Dykes R, Douglas JE, Krishnaswamy G, Berk S. Long-term exercise and atherogenic activity of blood mononuclear cells in persons at risk of developing ischemic heart disease. JAMA. 1999; 281: 1722-7.

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